Pitágoras
Pitágoras fundou uma escola com
fins políticos, religiosos e filosóficos, quando tinha perto de 50 anos de
idade.
Os pitagóricos concentravam-se
sobre quatro temas: a Aritmética, a Música, a Geometria e a Astronomia. Estes
quatro mathemata deram mais tarde
origem ao quadrivium medieval. A
aritmética tratava o estudo dos números naturais, suas classificações e
propriedades. A Música abordava as relações entre os números, a Astronomia
estava para a Geometria um pouco como a Música estava para a Aritmética:
enquanto uma estuda relações entre objetos, a outra dedica-se aos objetos em si.
Após três anos em que somente podiam ouvir as lições do mestre através de uma
cortina, os iniciados eram aceites no núcleo da sociedade.
Esta sociedade mística cumpria
alguns ritos estranhos aos nossos olhos. Por exemplo, não podiam apanhar objetos
que caíssem ao chão, não podiam comer feijão, e a razão para o vegetarianismo
prendia-se com a crença na transmigração das almas humanas para animais.
Conta-se que, um dia, Pitágoras, vendo um cão a ser espancado, interveio e
disse ao agressor: “Pára! Nesse animal vive a alma de um amigo meu. Reconheço-o
pela voz.”
O símbolo que utilizavam para se
reconhecerem era o pentagrama. De acordo com os preceitos desta organização
semissecreta, todas as suas descobertas eram atribuídas a Pitágoras. Não
podemos distinguir entre eles e os seus discípulos nesta matéria. Além disso,
Pitágoras não deixou textos escritos e o voto de segredo a que os discípulos
estavam sujeitos tornam a autoria dos resultados difícil de estabelecer. Assim,
quando escrevemos sobre Pitágoras, podemos estar a referir-nos a algum outro
protagonista desconhecido da sua agremiação.
Sobre a morte de Pitágoras também
não há certezas, mas conta-se que os pitagóricos se tornaram politicamente muito
poderosos e que uma revolta popular, por volta de 500 a.c. incendiou a
respetiva sede, matando muitos. Entre eles estaria o próprio Pitágoras.
A grande diferença entre os
pitagóricos e outras agremiações reside na apologia do saber, da Matemática em
particular. A ideia de que a natureza se lê e compreende com a mediação da
Matemática é pitagórica, “tudo é número” é a expressão atribuída a Pitágoras.
O nome de Pitágoras estará para sempre
associado ao teorema a que deu o nome. Todos aprendemos na escola que:
Um dia em Siracusa
Disse Pitágoras aos
netos:
“O quadrado da
hipotenusa
É igual à soma dos
quadrados dos catetos”.
Um triângulo diz-se retângulo se
um dos seus lados medir 90°, isto é, se for reto. Num tri6angulo retângulo os
lados menores chamam-se catetos e o maior chama-se hipotenusa. Este teorema diz
que se as medidas dos lados de um triângulo retângulo forem a, b e c então a2+b2=c2
. Se três números satisfazem esta relação, dizemos que formam um triplo
pitagórico.
Ora, triângulos retângulos,
nomeadamente os de dimensões 3,4,5 já eram utilizados no Egito havia muito
tempo, para traçar ângulos retos. Uma corda, com nós igualmente espaçados,
quando esticada formando um ângulo, de tal forma que os lados do triangulo
correspondente medissem 3,4 e 5 espaços entre nós, garantia que o ângulo entre
os lados menores era reto.
Os babilónios já conheciam os
triplos pitagóricos inscritos em placas de barro datadas de mil anos antes de
Pitágoras.
Texto adaptado de Coleção Jogos
com história